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SAÚDE MENTAL NA ESCOLA: POR QUE CUIDAR DELA

O número de suicídios entre adolescentes de 10 a 19 anos cresceu 18% desde 2013. A escola pode ser uma grande aliada para virar esse jogo com um trabalho de prevenção e promoção da saúde mental na escola
 
Fonte: Por Laís Semis / novaescola.org.br
Foto: Imagem Ilustrativa (pbcamp.com.br)

 “Se você perguntar a alunos de 10 anos quais são os sintomas de um infarto, em poucos minutos as crianças te dão uma lista de sintomas e alguns bem específicos. Se você perguntar sobre como evitar, a lista é ainda maior”, diz o psiquiatra Gustavo Estanislau, integrante do grupo Cuca Legal, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), e autor do livro Saúde Mental na Escola.
“Agora, se eu perguntar para um monte de adultos quais são os sintomas e como prevenir a depressão ou ansiedade generalizada, vai ter uma grande confusão”.
O tema foi discutido no evento Saúde Mental na Escola, realizado pela Nova Escola, com apoio do Facebook e Instagram.
Para Gustavo, a diferença entre a apropriação de conceitos da cardiologia e da saúde mental é que há anos a cardiologia realizou um esforço em divulgar as informações, com estratégias bem organizadas, a ponto de que qualquer adulto tenha condição de transmitir esses conhecimentos. “Já na saúde mental, a gente vem fugindo desse assunto há muito tempo”, afirma o psiquiatra.
O resultado do tabu em falar de assuntos como automutilação, depressão e suicídio é que o número de casos fatais entre os jovens tem crescido entre os brasileiros.
Dados do Sistema Único de Saúde (SUS) indicam, por exemplo, entre os adolescentes de 10 a 19 anos, o aumento de casos de suicídio foi de 18% nos últimos cinco anos.
Gustavo Estanislau reconhece que a escola pública vivencia muitos casos difíceis, que se desdobram em agressividade dentro e fora dos espaços escolares.
“Eu sei que a gente tem se assustado com os casos muito complicados, mas o caminho para lidar com essas situações é olhar mais cedo para eles”.
Nesse contexto, a promoção da saúde mental e a prevenção são essenciais e a escola pode ser uma aliada importantíssima pela proximidade e pelo espaço de convivência com crianças e adolescentes.
O primeiro passo é quebrar o estigma que existe diante desses casos.
“A grande ferramenta contra o preconceito é falar sobre as coisas”, diz Gustavo.
Só assim eles tendem a ir se dissolvendo.
Nesse contexto, entra a promoção. Em resumo, esta ação consiste em usar o que já existe dentro de cada um (os sentimentos e competências socioemocionais) e desenvolvê-las.
“É buscá-las no aparato psicológico que cada um tem, de maior ou menor forma e estimulá-lo”. Para estimular essa ação, cinco competências são destacadas: autoconhecimento, consciência social, tomada de decisões responsável, habilidade de relacionamento e autocontrole.
O psiquiatra, especialista em infância e adolescência, exemplificou como o autoconhecimento pode colaborar no processo.
Essa competência se dividiria na habilidade de se autoquestionar sobre como a pessoa está se sentindo e responder corretamente a essa pergunta.
“Às vezes, passamos vários dias irritados e não paramos para perguntar o que está acontecendo. Essa pergunta faz uma baita diferença”.
O processo de falar sobre o que estamos sentindo ajuda a entender quais são os sentimentos envolvidos e organizá-los da melhor maneira. Para algumas pessoas, esse processo é mais intuitivo. Outros precisam de intervenção para desenvolvê-los.
Por “responder corretamente”, Gustavo atenta que é comum incidir em erros ao “afunilar” os sentimentos. Um jovem com tendências agressivas poderia fazer uma leitura equivocada desse sentimento e definir como raiva emoções que poderiam ser medo ou vergonha.
No caso de uma pessoa mais negativa, a leitura de como os demais indivíduos a enxergam pode fazer com que fique isolada. Esses comportamentos podem afetar o indivíduo e suas relações dentro e fora da escola.
Conhecer seus sentimentos também ajuda na identificação nos outros.
“Se há um entendimento de que alguém está com raiva, a tendência é sair de perto dela. Mas se não é entendido como raiva, mas como vergonha, é possível acessá-la e oferecer ajuda”, explica o psiquiatra.
Casos complicados de adultos necessitam, muitas vezes, de intervenções mais complexas, que podem chegar até à internação, em situações de dependência química e agressividade.
“Via de regra, a intervenção de promoção de saúde mental é muito mais barata, fácil e mais efetiva”, afirma o especialista.
A partir do desenvolvimento de competências socioemocionais, os indivíduos se apropriam de mais estratégias para lidar consigo mesmos, com os outros e com as escolhas que vão fazer a partir daí.
 
Conselho não é tudo
Outra ação importante e que também pode ser desenvolvida pela escola é a prevenção.
A base da prevenção é a informação. Entre os adolescentes, a prática da auto-mutilação pode ser comum em determinados círculos.
Ter informações sobre o tema ajuda na hora de conversar com o jovem.
As informações são importantes para dar segurança ao interlocutor. É por isso também que Gustavo Estanislau recomenda que professores pesquisem sobre o tema e troquem experiências entre si.
Na hora da conversa, focar na postura emocional também ajuda.
“A maior preocupação não deve ser a resposta que você vai dar, mas a postura que você vai ter: manter a tranquilidade e uma postura firme, mas afetiva ao mesmo tempo”, explica Gustavo. “Essa postura vem de informação, pesquisar o assunto e saber que esse tipo de evento não acontece só na escola”.
Quebrar o tabu e puxar essa conversa com um aluno que pareça estar passando por uma situação de tristeza ou risco de vida pode ser o fator decisivo para mudar sua história.

Fonte: Fonte: Por Laís Semis / novaescola.org.br

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