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ABANDONO E EVASÃO ESCOLAR: ESTUDANTE DEIXA A ESCOLA OU A ESCOLA SE DISTANCIA DA REALIDADE DO ALUNO?

Especialistas apontam caminhos para combater o problema e fazer com que os alunos se envolvam com o processo de aprendizagem

 

Fonte: Por Camila Cecílio / Nova Escola / novaescola.org.br

Foto: Imagem Ilustrativa (reprodução: blog.wpensar.com.br)

O abandono e a evasão escolar são temas frequentes na Educação. Os números dão ideia do tamanho do problema.

Em 2018, cerca de quatro em cada dez brasileiros de 19 anos não concluíram o Ensino Médio, conforme divulgado pelo movimento Todos pela Educação, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PnadC), do IBGE.

O estudo também mostrou que 62% dos jovens ouvidos não frequentavam mais a escola e que 55% pararam os estudos ainda no Ensino Fundamental. Diante desse cenário, a pergunta que se destaca é: como garantir a presença de todos os alunos em sala de aula?

Antes de responder a essa pergunta, especialistas ouvidos por Gestão Escolar explicam que o abandono ocorre quando o aluno deixa de frequentar as aulas durante o ano letivo.

Já a evasão escolar diz respeito à situação do aluno que abandonou a escola ou reprovou em determinado ano letivo, e que no ano seguinte não efetuou a matrícula para dar continuidade aos estudos.

O Censo Escolar 2017 aponta que o maior gargalo está no 1º ano do Ensino Médio, onde a taxa de reprovação é de 15,8% e a de abandono é de 7,8%. Os dados estão disponíveis no portal QEdu.

 

Escola e aluno: quem abandona quem?

A diretora-presidente da Comunidade Educativa CEDAC, Tereza Perez, afirma que o comprometimento da equipe escolar com o processo de aprendizagem de cada um é crucial para garantir a permanência do aluno na escola.

“Se a escola se distancia das necessidades dos estudantes, não se relaciona, se isola e abandona o contexto daquela comunidade, quem é que abandona quem? São os estudantes que abandonam a escola, como muito se fala, ou é a escola que abandona o aluno?”, provoca a educadora.

Fatores como a atuação dos gestores e dos professores, formação dos profissionais e condições de trabalho determinam o clima de insucesso da escola, segundo a especialista.

“Se pensarmos que hoje, no Brasil, temos 40% dos alunos em distorção idade-série, isso significa que 40% já repetiu pelo menos duas vezes e quem sofre com esse insucesso da escola é o próprio estudante”, reforça.

 

Para evitar o dano causado à vida dos estudantes pelo abandono e a evasão, veja abaixo uma lista de medidas e exemplos.

 

Prepare aulas que se conectem com a vida do aluno

Diretora de Projetos da Elos Educacional, Silvana Tamassia afirma que, ao traçar estratégias para combater o abandono e a evasão, é necessário, sobretudo, repensar a metodologia da aula.

“Muitas vezes os alunos deixam de frequentar a escola porque a aula não está atendendo às suas expectativas. Isso quer dizer que não estamos conseguindo conquistar o aluno e mostrar a ele o valor daquele aprendizado para a vida dele”, explica.

Por isso, segundo ela, o primeiro passo é fazer com que as aulas se conectem com a vida dos alunos para que eles vejam sentido em permanecer na escola. Nessa etapa, conhecer o contexto de vida de cada um é essencial.

 

Faça com que o aluno seja protagonista do processo de aprendizagem

Outra forma de garantir a frequência dos alunos é fazer com que eles sejam e se sintam protagonistas, participantes ativos da vivência escolar.

Estudantes dos Anos Finais do Ensino Fundamental e do Ensino Médio – etapas em que as taxas de abandono e de evasão são maiores – são os que mais têm condições de fazer parte, por exemplo, de grêmios e movimentos estudantis que possam pensar em campeonatos, gincanas e outras ações lúdicas ligadas aos conteúdos trabalhados em sala.

 

Elabore projetos que garantam o engajamento dos estudantes

De acordo com Silvana Tamassia, o que mais tem dado certo no contexto de combate à evasão hoje é justamente o engajamento dos alunos na rotina da escola.

“É necessário colocá-los como personagens centrais, mostrar a força do protagonismo juvenil, colocá-los como pessoas importantes dentro da escola, que desenvolvam ações e projetos que façam interlocução com outras turmas, em que os mais velhos atuem como monitores dos mais novos, onde possam fazer conexão com a própria comunidade escolar, como ler para pessoas em asilos. É importante fazer o aluno perceber que ele pode aprender em outros contextos, fora da sala de aula”, diz.

 

Acompanhe diariamente a presença de cada um

A diretora de Projetos da Elos Educacional conta o caso de uma escola estadual do estado de Alagoas que desenvolveu um plano de ação com o objetivo de diminuir o abandono escolar no 1º ano do Ensino Médio.

A equipe começou a acompanhar a frequência diária dos alunos.

Se detectam faltas consecutivas, a medida é entrar em contato com o aluno ou com a família para verificar o que está acontecendo.

“O aluno se sente importante e valorizado e acaba voltando para a escola”, lembra.

Ainda na escola alagoana, cada turma tem um aluno colaborador, cujo papel é ajudar a descobrir o motivo da ausência do colega. Com isso, a ideia é contatar a família para tentar entender o contexto.

 

Trace possíveis parcerias com a comunidade local

Muitos alunos interrompem os estudos para trabalhar. Pensando nisso, a escola de Alagoas decidiu fazer uma parceria com o comércio local com o intuito de empregar os jovens nas proximidades da unidade de Educação.

“Observamos que, como o aluno conseguia o emprego ali no local, ele não precisava deixar a escola. Com isso, criou-se uma rede de apoio naquela comunidade”, conta Silvana Tamassia.

 

Ajude o aluno a elaborar um projeto de vida

Outra dica é ajudar o aluno a trabalhar com projeto de vida, a pensar no seu próprio percurso.

“O que ele espera para a vida dele? Como ele pode desenvolver isso? O que ele precisa saber mais para poder pensar nos caminhos que quer seguir? Isso faz com que o aluno se conecte com a escola e veja sentido naquilo, faz com que comece a perceber que o que está aprendendo na escola pode ajudar nesse projeto de vida dele”, afirma a especialista.

Além disso, ouvir os alunos sobre o que querem para a vida também pode ajudar a escola a pensar em projetos diferenciados.

“Se o aluno tem esse projeto de vida construído, a escola pode pensar em projetos que se alinhem a expectativa do aluno também. Uma das estratégias é ajudar cada aluno a desenvolver seu projeto de vida e pensar além do Língua Portuguesa, da Matemática, da História e assim por diante, mas pensar quais competências ele precisa ter para que esse plano possa, de fato, se tornar realidade”, completa.

 

Gestor, comprometa-se com o processo de aprendizagem

Tereza Perez, diretora-presidente da Comunidade Educativa CEDAC, reforça que é essencial que os gestores, municipais ou estaduais, sejam compromissados em elaborar políticas que comprometam todos com a aprendizagem dos alunos.

“Essas políticas geram condições de compartilhamento de ideias, de criar grupos de apoio para as crianças que mais precisam, que possibilitem criar esse clima de cooperação, de pensar no desenvolvimento integral do estudante. O professor sozinho não consegue. Acredito que a questão é pensar esse sucesso escolar de modo sistêmico. Não podemos responsabilizar somente as famílias, como geralmente é feito, porque isso é um equívoco”, defende.

Fonte: Por Camila Cecílio / Nova Escola / novaescola.org.

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