
SÓ METADE DAS FAMÍLIAS DEDICA TEMPO SUFICIENTE À EDUCAÇÃO DOS FILHOS
Pesquisa da ONG britânica Varkey Foundation mostra a percepção de famílias brasileiras e de outros 28 países sobre a maneira com que acompanham a vida escolar de seus filhos
Fonte: porvir.org – Foto: Imagem ilustrativa/ simpledesign79/Fotolia.com
Você não está sozinho(a) quando diz que não tem tempo para acompanhar o desempenho de seu filho ou sequer perguntar como foi o dia dele na escola.
No Brasil, 46% dos pais e responsáveis por crianças em idade escolar dizem não dedicar tempo suficiente com a educação dos filhos, 41% reservam uma quantidade adequada e 9% sentem que reservam muito tempo para acompanhá-los.
É isso o que mostra uma pesquisa da ONG global de educação Varkey Foundation, feita em parceria com o Instituto Ipsos, com 27 mil pais de estudantes de 4 a 18 anos, em 29 países.
Mais do que um consenso entre educadores, outras pesquisas internacionais mostram que o engajamento familiar é fundamental para o desenvolvimento dos alunos.
De acordo com a publicação Family Engagement from the Youth Perspective, do Cambridge Kids Council, a aproximação entre escolas e famílias pode influenciar resultados educacionais das crianças e ajudar os alunos a transitarem com autonomia por diferentes etapas das suas vidas, além de colaborar para promover a equidade na educação.
O estudo da Fundação Varkey também aponta que 51% dos familiares consideram a escola, as escolas públicas brasileiras “fracas” e, se houvesse condições financeiras, 81% daqueles, cujos filhos frequentam escolas públicas, disseram que “bastante provavelmente” ou “muito provavelmente” migrariam para o ensino privado.
Trata-se do índice mais alto em toda a América Latina.
Apesar de se declararem pouco participativos nos estudos dos filhos e criticarem a qualidade da escola pública, 70% dos brasileiros estão otimistas quanto ao futuro dos filhos, um número muito superior à média global de 60%.
Enquanto as transformações tecnológicas e culturais demonstram-se cada vez mais rápidas, os pais demonstram-se em dúvida quanto aos padrões de educação terem melhorado ou piorado nos últimos dez anos – 40% dizem que “melhorou” e 37% dizem que “piorou”.
Os dados referentes ao Brasil são um pouco menores que a média: para 36% está melhor, enquanto 52% avaliam que o ensino piorou na última década.
Alguns dos pais mais pessimistas se encontram nas grandes economias europeias.
Os pais franceses estão particularmente pessimistas quanto à educação, com apenas 8% dizendo que os padrões melhoraram, seguidos pelos alemães (19%).
Os pais das economias asiáticas emergentes são muito mais positivos, com 72% na Índia e 70% na China e em Singapura dizendo que a educação melhorou.
O Japão é o único país asiático abaixo da média global da pesquisa, com 21%.
RECONHECIMENTO DO PROFESSOR
Caso houvesse fundos adicionais para a escola de seus filhos, a maioria dos pais gostaria que fossem gastos nos professores.
Metade (50%) dos pais indica mais professores, ou uma melhor remuneração dos professores existentes, como uma de suas principais prioridades.
Isso é comparado com pais que gastariam fundos adicionais hipotéticos para a escola de seus filhos em: computadores/tecnologia (46%); atividades extracurriculares (44%); equipe de suporte (37%); recursos (37%); e em edifícios e outras instalações (34%).
GESTÃO ESCOLAR
O número de pais brasileiros (55%) que aprovam a gestão de escolas públicas por empresas privadas (como no modelo nos Estados Unidos) é três vezes superior ao dos que se opõem à ideia (16%).
Associações de pais são uma escolha popular para a gestão de escolas públicas, com quase dois terços (61%) dos pais brasileiros satisfeitos com esta opção, número muito acima da média global (50%).
Fonte: porvir.org